sexta-feira, setembro 29, 2006

…A Chegada…

…Durante a viagem tivemos tempo para relembrar todas as razões para querer lá chegar, a família, os mimos, a companhia, os serões, as tão merecidas e almejadas férias, as festas, o convívio, o reencontro dos que durante o ano não se vêem, o rio, as tardes na fonte, etc… no fundo tudo é uma boa desculpa para nos escapulirmos para uns dias já por muitos considerados sagrados. Mesmo que se trabalhe, quem se importa de fazer os quilómetros para ir reinar durante apenas duas noites? Ninguém!

Finalmente chegámos!

Quando se chega é parar o carro praticamente à porta de casa. Imediatamente vem alguém à rua, alertado pelo barulho do motor do carro e da buzinadela, esboçando um sorriso de uma alegria inconfundível pelo ver chegar mais uns dias de companhia na sua vida, mais uns dias da presença dos filhos e dos netos.

É um misto de sensações, o prazer do sair do carro após as horas de viagem cheirando um ar despoluído, diferente, leve, com um aroma a familiar e a terra, não alcatrão, terra, aliado à enorme vontade de abraçar aqueles que nos esperam com o seu sorriso. Sentimos que valeu a pena sair de casa que valeu a pena a ansiedade e que temos é de aproveitar ao máximo a possibilidade de usufruir de tudo o que as Frádigas nos proporcionam. É visível a alegria dos que chegam e dos que já lá estão, não se descreve, sente-se.

Cumprimenta-se aqueles que vêm de encontro a nós, enquanto se começa a tirar a bagagem do carro, transporta-se até à porta a bagagem mais pesada, a da saudade de quem já não via os seus há muito. Nota-se em alguns casos os olhos marejados de lágrimas de uma vez mais encontrar os seus.

Antigamente este sentimento era mais visível pois a distância devido aos maus acessos e a outras dificuldades da vida não permitiam visitas mais regulares como nos dias de hoje. No entanto não deixa de se notar a comoção nos mais velhos.

Chegou a hora de visitar o nosso quarto, nosso que pode ser dividido com mais uns tantos, mas o que importa é que é algo de nosso, ver se está como o deixámos da última vez, pousar as coisas, abrir as janelas, contemplar a paisagem.

Após este ritual de nostalgia e do desentorpecer das pernas, chega a hora da boa da sopinha, ou de algum petisco, que foi preparado para os que chegaram. Quem já lá está cuida dos que chegam, com a maior das simpatias, prepara-lhes ou já tem preparado algo para se comer.

Somente no dia a seguir ou mais para a noite caso se chegue cedo é que se desfazem as malas. Ajustamo-nos às diferenças e a chegada termina aqui, passados alguns momentos entramos na rotina do dia a dia de umas férias nas Frádigas.